segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Decisão difícil



“O que dizer a vocês amigos?

Sinto-me perdido e covarde, talvez pela concepção geral de que isso é uma fuga, um não querer enfrentar os fatos e dar a volta por cima. Não concordo muito com essa concepção, o que dizer dos etíopes? São covardes, burros e preguiçosos por morrerem de AIDS e inanição? Será que do mesmo jeito que se alimenta o corpo com proteínas, vitaminas sais e água também não devemos alimentar a mente pra que não morramos por dentro e apenas completemos o processo com o corpo?

É, eu morri por dentro. Por favor, não se sintam culpados, não havia nada que vocês poderiam ter feito pra me ajudar, e talvez até tentassem se eu desabafasse com alguém minha intenção de fazer o que devo ter feito já que estão lendo minha despedida.

Várias coisas me mataram aos poucos por dentro, consumiram minha vontade de tentar. As coisas muitas vezes dão errado e aquela história de que “Deus sabe o que faz” ajuda por um tempo, engana um pouco a gente e faz com que tenhamos a esperança que um dia as coisas vão mudar de figura, que vai pra frente, mas às vezes não vai, essa desculpa ficou tão vazia pra mim quanto o conceito de Deus, ou ele está em algum universo paralelo ou está muito alto lá em cima que meus soluços e gritos por clemência não conseguiram acordá-lo.

Por dentro jaz o que outrora foi um sonhador, visionário, otimista e desafiador. Simplesmente acomodei-me com a dor, lutar só a aumentava, parar de me debater poupou o mínimo para que eu tivesse uns poucos momentos de satisfação na minha vertiginosa queda rumo ao abismo que me encontro. Meu rosto sem expressão, essa melancolia estampada em meu ser de forma residente é o fedor que ultrapassa a barreira metafísica e se manifesta no físico. Já não consigo dormir, pensar, sonhar, amar. Estou morto! E sou ateu o suficiente pra reconhecer que a fábula da ressurreição de Lázaro é apenas um conto literário como qualquer outro, como a minha vida que não passou de uma piada de mau gosto.

Não culpo ninguém e culpo tudo e a todos. Foi o momento, a situação, as mazelas absorvidas ao longo de anos de humilhação, lutas, esforços, todos em vão.

Não quero que lembrem de mim como um covarde, quero que lembrem de mim como alguém que teve coragem suficiente para assumir um fato já consumado e torná-lo finalmente físico. Alguém que resolveu dar um salto em meio a toda amargura e desespero, que abriu os braços e pulou daquela cachoeira, fugindo dos zumbis que o circundavam,
que também estavam mortos, sendo que ao contrário de mim, eles mentiam pra si mesmos sobre isso.”

Não é o que parece, não penso em me matar, mas ao ver esse texto hoje em um blog fiquei pensando no que leva uma pessoa a cometer suicídio, não quero dar sermão ou algo do tipo, apenas gostaria de entender um pouco mais, mas como acho que ainda demorarei um pouco para compreender mais sobre isso resolvi dar minha opinião. Bom, como afirmar que o autor desse bilhete acima estava certo ou errado? Como dizer se ele deveria ou não fazer o que propôs na carta? Creio ser impossível, mas tenho pra mim que quem comete suicídio nem sempre é, de fato, um suicida, pelo contrario, arrisco-me a afirmar que um suicida tem menos chance de cometer tal ato que uma pessoa “comum”, alguém que tem a consciência que tem inerente a si o flagelo que o levaria a praticar o auto-extermínio sabe que pode fazê-lo a qualquer momento e por isso esperaria mais ate descobrir o que seria dali pra frente, mas, por outro lado, alguém que passa por uma grande desilusão se desespera e pode cometer tal ato, Pense comigo, você está em um momento triste, tem a possibilidade tanto de melhorar quanto de piorar... e se mata??? Não me levem a mal, mas eu teria muita curiosidade para saber ate onde poderia ir, qual seria meu limite, na verdade teria até certa segurança, sabendo que caso eu estivesse cansado e decidido poderia dar fim a dor de forma rápida.
Mas afinal, como julgar como certo e errado tanto o ato quanto o momento? Parece-me que mesmo com tantos estudos da mente humana que essa resposta ainda vai demorar muito para aparecer, mesmo com tantos distúrbios que são relacionados a isso ainda é muito vago.
E vocês, o que acham?

O texto da introduçao foi retirado daqui>>>  3 Vozes

2 comentários:

JéssicaMalukinha disse...

é um assunto mto delicado,neh?!pq quando estamos em determinada situação mtas vezes nao conseguimos pensar e pro suicídio nao tem solução! mas quem somos nos pra falar se é certo ou errado,afinal só quem passa por determinadas situações sabe o quanto aguenta... oq pode ser facil de resolver pra mim,pode ser o fim do mundo pra outra pessoa !
^^

CharlisonX disse...

ninguém quer cometer suicídio,mas acontece
para ocorrer suicídio são necessárias três coisas,duas delas são ocasionais motivo,meio e desgarre
motivo como o nome diz é o que faz uma pessoa querer a morte, um fim, uma desilusão, etc
meio é qualquer arma que possa matar essa pessoa
desgarre é não ter visão para o futuro,não ter no que se agarrar para continuar
quando esses três estão juntos,bam
você jéssica possui agarre bem forte, por isso continua,mas há pessoas que não tem,portanto quebram.
canhoesdeconhecimento.blogspot.com

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